Relato de Atividade Cultural 6

O sexto encontro cultural foi realizado nos dias 23 de Novembro e seu principal objetivo era a realização de uma intervenção artística na escola, feita pelos alunos, por meio da técnica do lambe-lambe, tendo como mote as fotografias realizadas pelos estudantes nos encontros anteriores. 

 

Conceitos do sexto encontro

 

Neste encontro tratamos de modo bem prático conceitos que já havíamos conversado anteriormente:

 

Etapas do sexto encontro

 

Comecei os encontros apresentando imagens do planejamento que a designer do projeto havia feito para a montagem dos painéis.

 

 

Em todos os grupos eles ficaram impressionados, perguntavam como aquilo havia sido feito, como alguém havia "tirado uma foto do futuro?". E eu lhes dizia que era algo relacionado aos nossos encontros do passado e aos poucos eles foram relembrando as oficinas de fotografia e a promessa de que faríamos lambes, assim como eu já havia lhes mostrado em uma das atividades culturais.

 

Rapidamente eles lembraram como era feita a colagem das imagens na parede e eu retomei algumas questões técnicas. Combinamos que eles trabalhariam em duplas e que revezaríamos o trabalho de colagem na parede com o de analisar a imagem do planejamento para entregar aos "coladores" cada imagem que deveria ser colada. Alguns acharam difícil essa tarefa, pois era importante observar as sobreposições propostas. Permiti que eles também saíssem um pouco dessa proposta e escolhessem uma ou outra imagem para compor o painel e eles demonstraram ser criteriosos com isso, analisando as cores e as formas de cada imagem para que o todo tivesse harmonia.

 

Foi interessante vê-los discutir sobre o que seria melhor para o todo. Eu interferi nessas conversas propondo soluções, e eles votaram no que acreditavam ser o ideal. 

 

 

O trabalho foi fluído, e o resultado ficou muito impactante. Todos na escola vinham elogiar. Muitos alunos e professores quiseram participar e nas ocasiões em que estava mais tranquilo,  permiti que alguns estudantes, mesmo de fora de nosso projeto, participassem. 

 

Acredito que este trabalho perdurará de diversas formas pela escola, tanto pela experiência de experimentar a técnica do lambe-lambe, quanto pelo trabalho desenvolvido de forma coletiva, quanto pelas próprias imagens que compõem o painel. Vários professores e funcionários ficaram impressionados pela qualidade das fotografias feitas pelos alunos, diziam surpresos: "Essas fotos foram feitas pelos nossos alunos? Uau, que bacana!" e alguns até já começaram a imaginar fazer outros lambes pelo espaço da escola. 

 

Participação dos grupos

 

Muitos alunos estavam ansiosos por este encontro, afinal tinham ficado curiosos com o lambe-lambe quando o apresentei em um encontro anterior, e de fato eles aderiram prontamente à atividade.

 

Os alunos mais novos permaneceram totalmente envolvidos durante todo o encontro, ávidos em fazer as tarefas, especialmente colar. Por vezes eles até brigavam, reclamavam comigo que já estava na hora de mudar de função. Já os alunos mais velhos, lidaram melhor com o revezamento, e até iam dar uma volta ou jogar bola enquanto não era sua vez de colar, mas eles sempre voltavam dispostos. 

 

Às vezes pensava que um ou outro não estava de fato interessado e estava curtindo era fugir da aula, mas depois vi alguns destes alunos levando seus colegas para ver o trabalho, contando como havia sido feito. 

 

O sentido de mutirão foi bem desenvolvido nos grupos, eles trabalharam muito bem coletivamente. 

 

Questões logísticas do encontro

 

Os locais selecionados para a colagem eram um pouco pequenos para todo o grupo trabalhar concomitantemente, por isso propus que trabalhassem em dupla (um segurava a bandejinha com cola e o papel a ser colado e o outro colava, e depois revezavam entre si) e também se revezassem na função de organizar a colagem do painel. Isso funcionou bem, apenas nos grupos com os alunos mais velhos recebi reclamações de funcionários da escola de que eles estavam fugindo (indo jogar bola ou andar pela escola quando estavam na função de organizar), mas avisei que eu havia permitido que eles fossem jogar, pois além de eu poder enxergar onde estavam, o grupo ainda assim era grande para as funções que deveriam ser realizadas, então dava para ser assim.

 

Ainda assim, um dos locais precisou ser modificado. Havíamos planejado colar numa parede ao lado da cozinha, mas além de ser estreita, o fluxo lá era mais constante do que imaginávamos. Assim, conversei com o diretor e ele autorizou que usássemos uma outra parede, o que foi ótimo, pois além de termos mais espaço para trabalhar, ofereceu mais visibilidade para o trabalho.

 

Luciana Nobre (Coordenadora Pedagógica Cultural)

Relato de Atividade Cultural 5

 

O quinto encontro cultural foi realizado nos dias 18 e 19 de Outubro e seu principal objetivo era a realização de uma intervenção artística na escola, feita pelos alunos, por meio da pintura, usando a técnica do stencil (com moldes nos formatos das peças do kit de robótica).

 

Conceitos do quinto encontro

 

Os principais conceitos trabalhados neste encontro estão relacionados a linguagem da pintura com stencil:

 

Etapas do quinto encontro

 

Começamos o encontro retomando o que havíamos feito no encontro anterior. Alguns se lembraram mais das fotos e outros mais da pintura.

Lhes convidei a pensar na experiência de pintura e lembrei-lhes da referência que havia mostrado: o trabalho desenvolvido pela artista Monica Nador em seu projeto JAMAC, na comunidade do Jardim Miriam (foto abaixo).

 

 

Mostrei os stencils que eu havia feito em acetato a partir dos moldes que eles fizeram em papel no encontro anterior. E em seguida expliquei como funcionaria a dinâmica do encontro: escolher um molde, fixar na parede, escolher uma cor de tinta e iniciar a pintura com um pincel nos cantinhos e depois com um rolinho. E ao finalizar a pintura, deveriam limpar o molde e disponibilizá-lo a outro colega.

 

Na primeira turma, além disso, preparamos também as tintas, adicionando na tinta-base, de cor branca, as outras cores. Os alunos gostaram bastante desta alquimia. Nas turmas seguintes, eles também demonstraram curtir esse momento ao criar novas cores baseadas nas tintas com cores primárias preparadas pelo primeiro grupo.

 

Ao longo da atividade, fui falando sobre a importância de compormos o painel considerando cada intervenção já feita no espaço: adicionar cores e formas variadas, olhando para cada elemento que estaria ao lado do que pintaria.

 

Participação dos grupos

 

Os alunos demonstraram facilidade em lidar com tal linguagem. Às vezes usavam mais tinta do que eu havia indicado, e assim faziam uma ou outra forma borrada, mas logo buscavam corrigir isso, fazendo de forma mais cuidadosa.

 

Eles também demonstraram comprometimento em criar algo harmonioso. Alguns se preocuparam em pintar as paredes, que estavam sujas, antes mesmo de fazermos nossas intervenções, mas lhe expliquei que não daria tempo de secar a tinta e então pintarmos com o stencil, então disseram que iam pintar ao menos alguns cantinhos mais sujos. Outros quiseram pintar e arrumar os elementos que apresentavam borrões.

 

Nas turmas de segunda-feira, que eram menores, a dinâmica foi mais tranquila, eles inclusive quiseram parar de pintar antes mesmo de acabar o horário da oficina. Já na terça, com as turmas maiores, foi bem mais difícil controlar os procedimentos e o trabalho foi mais caótico, algumas pintura não foram feitas de modo tão cuidadoso, o chão ficou sujo, os moldes não eram limpos de modo adequado e quando eram afixados manchavam a parede, enfim, alguns pequenos descuidos aconteceram comprometendo a estética mais "limpa", que estava sendo construída no dia anterior.

 

Achei curioso que em todos os grupos os alunos se envolveram com a pintura de modo que ela me pareceu ter efeito terapêutico. Eles passaram a conversar, trazendo questões pessoais, me pedindo conselhos, discutindo aspectos de relacionamentos, sexualidade, trabalho, situações familiares, entre outras.

 

No geral, eles disseram gostar do resultado. Alguns dos alunos que participaram e ocupam tal espaço com o clube de origami semanalmente disseram que estavam curtindo porque iam deixar o cantinho deles mais bonito.

 

 

 

O local selecionado era um pouco pequeno para estas turmas maiores, então precisaram acontecer alguns revezamentos. Me preocupei se os alunos que não estivessem pintando se sentiriam ociosos ou desistiriam de participar, mas em geral eles saiam andando pela escola e depois voltavam.

 

A escolha deste local foi uma adaptação de nosso planejamento inicial, que contava com áreas externas e dois espaços, exatamente para distribuir de forma mais adequada todos os participantes, mas com o dia chuvoso tivemos que adaptar.

 

De modo geral enxergo que foi uma boa escolha o local, apesar das dificuldades que vivenciamos, pois houve também uma questão com parte da parede em que estávamos pintando (havia uma infiltração que escorria água constantemente durante toda a segunda-feira, os alunos pintavam e a tinta escorria. Na terça não choveu tanto, mas a parede não estava seca, ainda sim os alunos pintaram este pedaço e deu certo).

 

Muitos alunos que não participam do projeto ficaram curiosos com o movimento no local e com a pintura em si, eles perguntavam aos colegas que estavam pintando o que faziam ali e observei que eles não sabiam dizer ao certo e nem qual a relação desta atividade com as oficinas de robótica, a não ser a ligação com as formas que pintavam. Alguns destes alunos curiosos também quiseram pintar e deixei, nos momentos mais tranquilos, que fizessem um outro elemento, colaborando com nosso painel.

 

Nestes encontros senti falta de ter alguém que pudesse me auxiliar em certas demandas. Quando os alunos saiam para limpar pincéis e rolinhos, eles sujavam o banheiro e a faxineira vinha me avisar que eles estavam aprontando, assim como quando eles estavam fazendo revezamento para pintar e alguns saiam pela escola me dizendo que iam lanchar, alguns funcionários da escola vinham reclamar que eles não podiam ficar perambulando, mas eu não consegui dar atenção aos cuidados da oficina e mais estas situações.

 

Por isso estou pensando na dinâmica do próximo encontro de modo a minimizar este tipo de acontecimento, mas já sei que terei que me dividir em três espaços, pois em dois estarão acontecendo a colagem dos lambes e um terceiro será necessário, pois os espaços de colagem não acomodam todos os alunos de cada grupo em ação .

 

Luciana Nobre (Coordenadora Pedagógica Cultural)

Relato de Atividade Cultural 4

O quarto encontro cultural foi realizado nos dias 20 e 21 de Setembro e seu principal objetivo era que os alunos realizassem fotografias para a produção de lambe-lambes a serem aplicados na escola. 

 

Além disso, realizamos estudos de moldes, composições e cores para a produção de estampas criadas a partir das peças dos robôs. 

 

Conceitos no quarto encontro

 

  1. Reflexão: Relação dos humanos com os robôs

 

  1. Montagem:

 

  1. Fotografia:

 

  1. Stencil:

 

  1. Pintura: 

 

Etapas do segundo encontro

 

Começamos o encontro com uma conversa sobre o que os alunos lembravam de nosso encontro anterior, retomando alguns conceitos de fotografia que havíamos estudado e experimentado.

 

Em seguida, lhes convidei para, mais uma vez, realizarem fotografias, mas desta vez de um modo diferente, não observando um ambiente, mas sim um objeto. E um objeto que eles construiriam.

 

Tal objeto deveria ser criado com as peças que comumente usam nas aulas de robótica e ele deveria traduzir alguns dos sentimentos que eles têm em relação a nossa convivência com os robôs.

 

Evidenciei a diferença com que eles deveriam olhar para aquele material durante esta atividade, já que durante as oficinas de robótica cada peça tem uma função específica, com a qual não se pode usar de modo diferente, pois faria com que o robô não funcionasse. mas agora, os aspectos estéticos e formais deveriam ser levados em conta. 

 

E então rapidamente os alunos foram criando algumas peças, em pequenos grupos ou individualmente. E durante a criação, fomos conversando sobre como eles enxergam a relação que estabelecemos com os robôs em nosso cotidiano.

 

Algumas das afirmações ditas durante as conversas:

 

"Os robôs nos ajudam, às vezes eles fazem coisas que a gente não consegue fazer"

"Eu tenho medo que os robôs nos substituam em coisas que a gente poderia fazer"

"Eu não tenho medo dos robôs, mas não queria que eles roubassem empregos dos humanos"

"Eu acho que um dia eles vão dominar o mundo e não vai mais ter espaço pra gente"

"Eu acho que é besteira ter medo dos robôs porque eles não tem cérebro, eles não são como zumbis ou aliens que podem querer nos matar"

"Os robôs não querem nos substituir" 

"Mas alguns humanos querem nos substituir por robôs"

 

 

Com relação a esta substituição ou talvez inspiração em nosso corpo para a criação de robôs, fomos lembrando de projetos que realizaram nas oficinas de robótica que "imitavam" estruturas animais, mas alguns foram lembrando de projetos, como a garra e o braço arremessador que acreditavam ter o corpo humano como referência.

 

O perfil das peças criadas foi variado, e em cada grupo apareceu uma certa maneira de olhar para este tema. Em geral, como de costume quando se trabalha em um ambiente de ateliê, os primeiros a elaborar acabaram influenciando o olhar dos outros que os seguiram pela mesma linha de raciocínio. Alguns exploraram estruturas  relacionadas às formas das partes do corpo, outros reproduziram a estrutura de um corpo, outros imaginaram robôs que seriam usados em nosso corpo. 

 

Após montarem suas peças, os alunos se organizaram para fazer fotografias de suas criações, pensando em grupo ou em dupla sobre o conceito da imagem, já que eu havia lhes dito que a proposta era colocar o robô interagindo com um corpo humano de alguma forma. Eles se separaram em funções: alguns apareceram na foto, outros cuidaram da ambientação e outros fotografaram. 

 

Durante a realização das fotos os lembrei de considerações do encontro anterior: o fundo, o enquadramento, a iluminação e os incentivei a explorarem diferentes ângulos. 

 

Estas são algumas das fotos realizadas:

 

 

Porém, a execução destas etapas, em todos os grupos foi bem rápida. Durante o planejamento imaginei que a discussão sobre a relação dos robôs e dos humanos tomaria uma boa parte de nosso tempo, e além de realizá-la junto a realização das peças, ela não foi tão aprofundada como havia imaginado, por isso optei por dar mais uma proposta para os alunos, adiantando o que havia imaginado para o próximo encontro. 

 

Em todos os encontros os alunos me perguntam se vamos usar tinta e dizem adorar trabalhar com pintura. E então, em conexão com a ideia de usarmos lambes, que é uma expressão de arte urbana, me lembrei dos stencils, que é uma técnica que utiliza tinta ou spray e também adorna paredes e outros diferentes suportes. 

 

Mostrei-lhes algumas imagens do trabalho desenvolvido pela artista Monica Nador em seu projeto JAMAC, na comunidade do Jardim Miriam. E então sugeri que mais uma vez eles olhassem para as peças dos kits de robótica e escolhessem uma ou algumas para criarem um stencil.

 

Eles desenharam as peças e alguns até criaram composições simples se inspirando no logo do projeto, mas tiveram certa dificuldade na hora de recortar, não só porque o material que disponibilizei (papel cartão e tesoura sem ponta) não era ideal para tal tarefa, mas também porque não haviam compreendido aspectos técnicos do stencil, mas fui auxiliando para que entendessem quais partes do desenho deveriam ser vazadas sem perder a forma desenhada.

 

 

Alguns grupos conseguiram usar os stencils e fizeram estudos de cores e composição de estampas usando os moldes sobre papéis coloridos e tinta guache. 

 

 

Questões logísticas do encontro

 

O local destinado à oficina, a sala de leitura, foi adequado para boa parte dos grupos. Fiquei preocupada de propor uma pintura neste espaço, mas os alunos foram cuidadosos e foi simples limpar as mesas que tinham resquícios de tinta. 

 

Apenas na terça-feira, durante a oficina que acontece das 9h45 às 11h15, em que as turmas 05 e 07 participam juntas, o espaço acabou sendo pequeno: não acomodou bem todos alunos e nem permitiu que respeitássemos os protocolos de distanciamento. 

 

Isso aconteceu porque, pela primeira vez, praticamente todos os alunos deste horário participaram. Porém, não sinto necessidade de rever a junção das turmas, já que esta organização é melhor para a escola, e também porque as próximas atividades estão planejadas para acontecer em espaços maiores e externos. 

 

Participação dos grupos

 

Os grupos se envolveram bastante com as duas propostas. Resolveram com praticidade a primeira atividade, sem a profundidade de reflexão que eu desejava, mas trouxeram suas próprias visões sobre questões que lhes provoquei a pensarem. 

 

Já na segunda atividade ficaram animados em poder mexer com os materiais que tanto queriam usar: as tintas e os pincéis. Se mostraram empolgados em realizar as etapas, mas ficaram um tanto desanimados com a tarefa de cortar os stencils (eles acharam bastante difícil, especialmente aqueles que fizeram desenhos complexos e não formas simplificadas como havia lhes explicado). Alguns também não gostaram do resultado das pinturas, pois o guache utilizado não tem boa cobertura e deixa a marca das pinceladas, mas ao criarem as estampas, repetindo as formas dos stencils, curtiram o efeito que conseguiram.

 

Não cheguei a falar sobre pintarmos as paredes da escola, lhes disse que no próximo encontro iríamos definir o suporte em que realizaríamos as estampas, mas acredito que ficaram bem empolgados com esta possibilidade. 

 

Luciana Nobre (Coordenadora Pedagógica Cultural)

Relato de Atividade Cultural 3

 

O terceiro encontro cultural foi realizado nos dias 23 e 24 de Agosto e teve como objetivo criar mais um elemento que estará na exposição final: fotografias para criarmos um painel de lambe-lambe.

Além de conversarmos sobre conceitos da linguagem fotográfica, o encontro proporcionou o contato dos estudantes com um fotógrafo, o Nego Junior. Ao conhecerem nuances do processo de criação deste profissional, eles puderam refletir sobre a sua própria relação com o ato de fotografar e realizaram fotografias se baseando em aspectos técnicos e conceituais que não consideravam em suas produções fotográficas antes.

 

Conceitos do terceiro encontro

 

1. Relação dos alunos com a fotografia.
● Onde ela está presente em seu cotidiano?
● Em que situações você fotografa?
● Onde você encontra fotografias?
● Que recursos você usa para fotografar?

 

2. Fotografia: Diferentes olhares
● Como cada um vê uma mesma foto?
● Como cada um fotografa?
● Repertório visual

 

3. Conversando com um fotógrafo: processo de criação
● Conceitos de fotografia: foco e desfoque, planos, recorte e enquadramento, sobreposições, luz e sombra, texturas.
● Consciência corporal no ato de fotografar: como me posiciono diante do que vou fotografar?

 

4. Fotografia, Lambe e Arte Urbana
● Análise de trabalhos de artistas que usam o Lambe como forma de arte
● Reflexões sobre Arte Urbana e o uso do Espaço Público

 

5. Experimentações fotográficas
● Usar os conceitos na prática: recorrer ao que aprendeu na oficina para fotografar a escola e os robôs

 

Etapas do terceiro encontro

 

Começamos o encontro na sala de leitura com uma conversa sobre a relação dos alunos com a fotografia em seu cotidiano, mapeando as diferentes situações e equipamentos que costumam utilizar.

Muitos disseram fazer fotografias de amigos, familiares e animais em festividades e passeios, assim como as selfies. Praticamente todos utilizam o celular para fazer fotos e apenas alguns disseram possuir máquinas fotográficas. Alguns dos alunos do Ensino Médio demonstraram interesse no universo da fotografia e disseram ter vontade de atuar profissionalmente na área.

Em seguida, fui apresentando imagens previamente selecionadas por mim para fomentar uma discussão sobre conceitos da linguagem da fotografia:

 

 

Escolhi estas diferentes fotografias do Edifício Copan, localizado no centro de São Paulo. E enquanto as mostrava os alunos já iam conversando entre si, se questionando se as imagens eram ou não de um mesmo prédio. Em todos os grupos alguns disseram ser o mesmo o prédio e outros acreditavam que não. Os que perceberam ser o mesmo prédio logo apresentavam argumentos para sua hipótese: era o mesmo prédio fotografado de diferentes ângulos. A partir desta conclusão conversamos sobre as escolhas de cada fotógrafo, como cada um estabeleceu o recorte fotográfico e como eram seus posicionamentos diante do prédio.

 

Passamos então a analisar fotografias feitas por Nego Junior, e convidei os alunos a imaginarem como foi o processo de criação de cada imagem. Junto ao fotógrafo fizemos leituras das imagens pensando em como estava seu corpo diante daquilo que fotografou, o local em que ele estava e quais eram suas intenções para a composição destas fotos.

 

 

Nego Junior foi contando sobre como aconteceu cada fotografia, e a conversa foi suscitando a apresentação de conceitos, como: foco e desfoque, planos, enquadramento, sobreposições, luz e sombra, texturas, além de questões que envolvem o ato de fotografar, como: ter paciência para aguardar a imagem imaginada acontecer para então dar o clique na máquina, ter atenção para encontrar uma fotografia em uma cena que você nem imaginava fotografar, explorar diferentes possibilidades de fotos diante de uma situação, paisagem ou objeto.

E então, em conexão com os robôs inspirados em animais que os alunos costumam montar nos projetos de robótica, Nego Junior lhes mostrou um de seus equipamentos, o Guimbal, uma espécie de estabilizador, que permite que o fotógrafo se movimente sem tremer a câmera, e que foi inspirado em algumas aves, que ao focar o olhar não movem a cabeça de modo algum mesmo que o corpo se mova.

 

 

Citando esta bioinspiração, Nego Junior também lhes mostrou um vídeo demonstrando tal capacidade da galinha (vídeo similar a este: https://www.youtube.com/watch?v=nLwML2PagbY&t=17s) e convidou os alunos a manusearem e experimentarem como é movimentar um Guimbal.

 

 

Ainda na sala de leitura, contei aos alunos que as fotografias que eles farão irão compor um painel composto por lambes. Eles quiseram saber o que é um lambe e mostrei-lhes algumas imagens selecionadas por mim previamente para discutirmos possibilidades de formatos e conceitos:

 

 

Prometi que iríamos aprofundar esta conversa em nosso próximo encontro para conversarmos mais sobre a relação do lambe com a arte urbana e os cuidados que devemos ter ao intervir em um espaço público, que é de uso coletivo.
Em seguida iniciamos o momento de experimentação fotográfica. Propus que os alunos fotografassem com seus celulares considerando a conversa que havíamos tido, trazendo consciência para a composição das imagens.

Livremente, eles começaram a explorar possibilidades na própria sala de leitura, e depois descemos para o pátio. Nos dois espaços, os alunos fotografaram objetos e cenas que já estavam estabelecidos, mas também criaram situações ou composições especificamente para fotografarem.

 

 

Ao final, alguns alunos fotografaram os robôs feitos pelos colegas que estavam na oficina de robótica, pois são estas imagens que pretendemos utilizar para a criação dos lambes.

 

Encerrei o encontro solicitando que os alunos me enviassem as fotos realizadas durante nossa oficina e os convidei a continuar produzindo fotos dos robôs ao final de cada oficina de robótica para que possamos ter várias imagens a escolher para a composição do painel de lambe.

 

Alguns problemas na logística do encontro

 

Havíamos solicitado o uso de uma sala com TVpara mostrarmos imagens aos alunos, por isso utilizamos a sala de leitura, que possui tal recurso e cabem confortavelmente 12 alunos sentados.

Porém, na segunda-feira, dia 23/08, não consegui usar a tv. Levei as imagens em uma apresentação PDF em um pendrive e tinha planejado usar o notebook do projeto com o cabo HDMI (que seria emprestado pelo Paulo, professor de robótica) para apresentá-las, mas a entrada do cabo não era compatível com o notebook, que é mini HDMI. Por isso, usamos apenas o notebook e os alunos ficaram no entorno da máquina para conseguirem enxergar. Apesar das imagens ficarem um pouco pequenas, foi possível realizarmos a atividade.

No dia seguinte, levei também as imagens soltas em JPG e pude conectar o pendrive diretamente na tv, assim os alunos puderam ver as imagens maiores.

Para o momento de fotografar os robôs, combinei com o Paulo que os alunos que estivessem na oficina cultural não entrariam na sala da oficina de robótica, para não atrapalhar o ritmo da aula, e aguardaríamos os robôs ficarem prontos para a equipe que o montou levá-lo até nós. Em algumas turmas essa logística funcionou, mas em outras não, porque o projeto de robótica desta semana era bem desafiador e nem todos conseguiram terminá-lo a tempo. Sendo assim, na última turma de terça, que era mais tranquila, redefinimos isso, e permiti que, de dois em dois, entrassem na oficina de robótica e fotografassem os colegas durante a montagem.

Desta vez, o horário escolar estava diferente, assim como havia bem mais alunos na escola. A nova dinâmica interferiu um pouco mas, no geral, não chegou a atrapalhar. Nos dois dias, nos primeiros horários, os alunos avisaram que precisavam descer para tomar lanche no intervalo (cujo horário acontece bem no meio de nosso encontro), pois não haviam tomado café da manhã (estão chegando 1h mais cedo). Permiti que fossem buscar o lanche, mas na terça-feira haviam muitas pessoas no pátio e isso impediu que prosseguíssemos com a parte de experimentação fotográfica e combinei que fizessem fotos de seus próprios robôs após terminá-los na oficina de robótica.

 

Participação dos grupos

 

Todos os grupos participaram ativamente de todas as etapas do encontro. Alguns grupos estavam mais envolvidos, ficavam empolgados durante a conversa e com suas descobertas, especialmente os alunos mais novos. Já outros, especialmente os alunos mais velhos, faziam considerações pontuais. Durante a experimentação fotográfica todos os grupos apresentaram interesse em fotografar e produziram materiais interessantes, era perceptível o impacto de nossa conversa anterior em seus trabalhos. Alguns chegaram a apontar o conceito que estava explorando em uma foto ou mesmo mostravam suas inspirações no trabalho de Nego Junior.

 

Luciana Nobre
(Coordenadora Pedagógica Cultural)

 

 

ALGUMAS DAS FOTOS FEITAS PELOS ALUNOS

 

Relato de Atividade Cultural 2

O segundo encontro cultural foi realizado nos dias 12 e 13/07 e teve como objetivo exercitar o pensamento criativo e imaginativo dos alunos dentro do universo da robótica.

A partir do questionamento "que robô você gostaria que existisse no mundo?", cada aluno pensou em propostas que pudessem ajudar em situações vivencia das por eles em seus cotidianos ou em algum problema que reconhecem na sociedade e no mundo.

 

Em conexão ao encontro anterior, essa atividade visa produzir material que possa ser exposto na mostra final. Conceitos do segundo encontro

1. Análise: A presença da robótica em nossas vidas
● Onde podemos encontrar robôs?
● Que papéis e funções eles exercem?

 

2. Criação: Um robô que eu gostaria que existisse.
● Que situações cotidianas eu usaria um robô para me ajudar?
● Que problemas existem no mundo que poderiam ser resolvidas por um robô?

● Situações Hipotéticas x Situações Reais - criar livremente um robô sem as limitações do que seria viável ser realizado ou não.
● Refletir durante a criação: Como um robô pode ajudar aos humanos, sem nos substituir?

 

3. Elementos da robótica
● Que elementos e estruturas você conheceu nas aulas de robótica que você acha que podem ser inseridas em seu projeto? (sensores, engrenagem, garras…)

 

4. Elementos do desenho de projeto

● Como é um desenho de projeto? (Não é um desenho técnico. É importante revelar as suas ideias e o funcionamento de seu projeto. Pode ser apenas um esboço, mas precisa comunicar)
● Inserção de elementos escritos: descrição das funções de cada parte do robô, justificativa do projeto (o que te levou a criar este robô?), legendas.
● Elementos da comunicação visual (símbolos e indicações visuais)

 

Etapas do segundo encontro

 

Começamos com uma conversa retomando o que fizemos no encontro anterior e engatamos em relatos sobre o que rolou nas últimas oficinas de robótica. Analisamos sobre a presença de robôs em nosso cotidiano e tentamos identificar alguns usos.

 

E então, foi lançada a proposta "que robô você gostaria que existisse?". A partir desta pergunta, os alunos passaram a refletir sobre situações de sua vida ou contextos instaurados no mundo em que um robô pudesse ajudar ou resolver um problema. Algumas possibilidades começaram a surgir e discutimos em grupo sobre o quão real isso poderia
ser ou até se já existe algum robô com tal função atualmente. Os alunos foram incentivados a criar livremente, sem pensar no que seria possível ou não, mas precisavam inserir em seus projetos estruturas e elementos que conheceram nas oficinas de robótica.

 

Foram apresentados alguns exemplos de desenhos de projeto, similares a esboços, em que os alunos pu

dessem reconhecer o registro de uma ideia através de um desenho e algumas anotações.

 

Os desenhos foram realizados individualmente e algumas das ideias que surgiram foram:

 

● Robô que recolhe poluição atmosférica e transforma em energia elétrica;
● Robô drone que envia tanques de água a regiões onde há falta d'água;
● Robôs que retiram lixo do mar, com sensores para identificar o que é lixo e o que é vivo;
● Robô que identifica cachorros perdidos e conectam a seus donos;
● Robôs que dão suporte a pessoas cegas, com sensor ultrasônico, para identificar os obstáculos e orientar durante seus deslocamentos e com sensor de cor para dizer a cor de suas roupas;

● Robôs que auxiliam na limpeza de casa com multifunções;
● Robôs que auxiliam no cuidado de idosos, com sensores que permitem cozinhar e olhar o idoso ao mesmo tempo;
● Robô-Cadeira de rodas, cujas rodas têm recursos de limpeza para ajudar deficientes físicos a limpar suas casas.
● Robô com sensor para identificação de pessoas soterradas em um acidente e auxiliar em sua remoção.

 

Participação dos grupos

Os alunos ficaram bem envolvidos com a proposta. Alguns tiveram um pouco de dificuldade nas etapas iniciais, em que tinham que refletir e decidir a funcionalidade de seu robô imaginário. Sinto que a dificuldade estava em reconhecer uma causa ao qual se interessassem, para então pensar como um robô poderia colaborar. Mas assim que se decidiam, o desenho fluía e mais ideias iam surgindo.

 

Inicialmente, alguns alunos disseram não gostar de desenhar, mas assim que entenderam que era um desenho

simples e compreenderam a estrutura de um desenho de projeto, aderiram a proposta. Do mesmo modo, alguns se mostraram reticentes em escrever, mas como as anotações foram feitas mais ao fim da atividade, já estavam bem envolvidos, e a escrita aconteceu naturalmente, pois estavam empolgados em mostrar o que estavam criando.

 

Tanto nas conversas iniciais, quanto durante a elaboração dos desenhos, os alunos se mostraram bastante reflexivos em suas falas, trazendo seus pontos de vista sobre as causas que escolhiam. Houve muita troca durante o momento de criação e foi bacana assistir aos alunos de diferentes idades colaborando com o debate.

 

Com estes encontros pude conhecer melhor os alunos, pois através desta proposta, me aproximei de seus olhares sobre o mundo, suas escolhas, seus desejos e um pouco de seus cotidianos.

 

Luciana Nobre (Coordenadora Pedagógica Cultural)

 

Relato de Atividade Cultural 1

Atividades Culturais

As atividades culturais visam promover o desenvolvimento do pensamento criativo dos alunos, por isso a exposição que será realizada no final do ano como forma de encerramento do projeto se tornou um mote destes encontros. Abordá-la não só permite que os alunos sejam parte da produção e elaboração deste evento e se reconheçam em seus processos de aprendizagem, como também insere conceitos e conteúdos do universo da arte em seus repertórios culturais.

Objetivos do primeiro encontro

Os primeiros encontros, realizados nos dias 14 e 15/06, foram dedicados a levantarmos algumas ideias para a exposição e as registrarmos em uma maquete de papel.
Os objetivos e conceitos abordados foram:

  1. Mapear percepções e repertórios dos alunos:
    ● Quando você pensa em uma exposição, o que vem à sua mente?
    ● Alguém já foi a uma exposição? Como era? O que você achou?

  1. Apresentar conceitos (exposição e tipos de exposição):
    ● exposições de arte x outros tipos de exposições;
    ● exposições de arte contemplativa x exposições de arte interativa x exposições de
    arte tecnológica;
    ● exposições presenciais x exposições virtuais;

  1. Analisar o preparo e a montagem de uma exposição:
    ● Elementos de uma exposição: Peças expositivas, Mobília, Cenografia, Iluminação,
    Comunicação (textos de parede e legendas)
    ● Curadoria: narrativas visuais

  1. Imaginar e planejar uma exposição:
    ● Como podemos mostrar em uma exposição nossa vivência junto à robótica?
    ● Queremos falar sobre…
    ● O que vamos expor para falar sobre isso?
    ● Como vamos expor?

Etapas do primeiro encontro

Começamos com uma conversa a partir de algumas imagens, que serviram de referência para os alunos reconhecerem e analisarem diferentes conceitos de exposição e expografia. Apontamos diferenças entre as imagens e mapeamos possibilidades e soluções para a exposição que vamos montar.

Em pequenos grupos, os alunos montaram maquetes de papel com o que desejam e imaginam para a exposição, considerando que vamos expor 3 peças/projetos de robótica e teremos ainda 2 kits para convidar o público a montar algum projeto no dia da exposição.

As maquetes foram o início do pensamento sobre a construção da exposição, por isso vamos inserir elementos a cada encontro, não há a intenção de vê-las "prontas" até o dia da montagem da exposição em si, é um espaço de criação e elaboração constante, como um caderno de ideias dos alunos.

Neste primeiro contato, algumas das ideias que surgiram para a exposição foram:

● Projetar imagens e vídeos (feitos pelos alunos e pela equipe de filmagem);
● Criar painéis com o passo a passo da montagem de cada robô que será exposto
(como no livro das oficinas de robótica);
● Organizar entre os alunos uma equipe para orientar os visitantes na montagem de
robôs; Criar materiais relacionados à exposição para espalhar pela escola;
● Expor trabalhos realizados por eles (desenhos, pinturas e esculturas) em referência
aos robôs que fizeram nas oficinas.
● Expor alguns dos projetos preferidos pelos alunos (já começaram a mapear quais
são e muitos consideraram ser importante que sejam projetos interativos).

Participação dos grupos

De modo geral, todos os alunos interagiram positivamente com as propostas. Ficaram atentos e participativos na conversa inicial e também à proposição prática. Na hora de colocar a mão na massa, alguns rapidamente se engajaram, e outros demoraram um pouco mais para se envolver, mas logo eram convidados por mim ou pelos outros integrantes do grupo a participar e se envolveram. Fui muito bem recebida pelo grupo e muitos disseram que esperam pelo próximo encontro.
Eu também!

Luciana Nobre
(Coordenadora Pedagógica Cultural)