Relato de Atividade Cultural 6

O sexto encontro cultural foi realizado nos dias 23 de Novembro e seu principal objetivo era a realização de uma intervenção artística na escola, feita pelos alunos, por meio da técnica do lambe-lambe, tendo como mote as fotografias realizadas pelos estudantes nos encontros anteriores. 

 

Conceitos do sexto encontro

 

Neste encontro tratamos de modo bem prático conceitos que já havíamos conversado anteriormente:

  • Lambe-lambe como forma de intervenção artística
  • O impacto visual causado pelo lambe-lambe em um espaço cotidiano 
  • Composição de painel - quais imagens colocar lado a lado?

 

Etapas do sexto encontro

 

Comecei os encontros apresentando imagens do planejamento que a designer do projeto havia feito para a montagem dos painéis.

 

 

Em todos os grupos eles ficaram impressionados, perguntavam como aquilo havia sido feito, como alguém havia "tirado uma foto do futuro?". E eu lhes dizia que era algo relacionado aos nossos encontros do passado e aos poucos eles foram relembrando as oficinas de fotografia e a promessa de que faríamos lambes, assim como eu já havia lhes mostrado em uma das atividades culturais.

 

Rapidamente eles lembraram como era feita a colagem das imagens na parede e eu retomei algumas questões técnicas. Combinamos que eles trabalhariam em duplas e que revezaríamos o trabalho de colagem na parede com o de analisar a imagem do planejamento para entregar aos "coladores" cada imagem que deveria ser colada. Alguns acharam difícil essa tarefa, pois era importante observar as sobreposições propostas. Permiti que eles também saíssem um pouco dessa proposta e escolhessem uma ou outra imagem para compor o painel e eles demonstraram ser criteriosos com isso, analisando as cores e as formas de cada imagem para que o todo tivesse harmonia.

 

Foi interessante vê-los discutir sobre o que seria melhor para o todo. Eu interferi nessas conversas propondo soluções, e eles votaram no que acreditavam ser o ideal. 

 

 

O trabalho foi fluído, e o resultado ficou muito impactante. Todos na escola vinham elogiar. Muitos alunos e professores quiseram participar e nas ocasiões em que estava mais tranquilo,  permiti que alguns estudantes, mesmo de fora de nosso projeto, participassem. 

 

Acredito que este trabalho perdurará de diversas formas pela escola, tanto pela experiência de experimentar a técnica do lambe-lambe, quanto pelo trabalho desenvolvido de forma coletiva, quanto pelas próprias imagens que compõem o painel. Vários professores e funcionários ficaram impressionados pela qualidade das fotografias feitas pelos alunos, diziam surpresos: "Essas fotos foram feitas pelos nossos alunos? Uau, que bacana!" e alguns até já começaram a imaginar fazer outros lambes pelo espaço da escola. 

 

Participação dos grupos

 

Muitos alunos estavam ansiosos por este encontro, afinal tinham ficado curiosos com o lambe-lambe quando o apresentei em um encontro anterior, e de fato eles aderiram prontamente à atividade.

 

Os alunos mais novos permaneceram totalmente envolvidos durante todo o encontro, ávidos em fazer as tarefas, especialmente colar. Por vezes eles até brigavam, reclamavam comigo que já estava na hora de mudar de função. Já os alunos mais velhos, lidaram melhor com o revezamento, e até iam dar uma volta ou jogar bola enquanto não era sua vez de colar, mas eles sempre voltavam dispostos. 

 

Às vezes pensava que um ou outro não estava de fato interessado e estava curtindo era fugir da aula, mas depois vi alguns destes alunos levando seus colegas para ver o trabalho, contando como havia sido feito. 

 

O sentido de mutirão foi bem desenvolvido nos grupos, eles trabalharam muito bem coletivamente. 

 

Questões logísticas do encontro

 

Os locais selecionados para a colagem eram um pouco pequenos para todo o grupo trabalhar concomitantemente, por isso propus que trabalhassem em dupla (um segurava a bandejinha com cola e o papel a ser colado e o outro colava, e depois revezavam entre si) e também se revezassem na função de organizar a colagem do painel. Isso funcionou bem, apenas nos grupos com os alunos mais velhos recebi reclamações de funcionários da escola de que eles estavam fugindo (indo jogar bola ou andar pela escola quando estavam na função de organizar), mas avisei que eu havia permitido que eles fossem jogar, pois além de eu poder enxergar onde estavam, o grupo ainda assim era grande para as funções que deveriam ser realizadas, então dava para ser assim.

 

Ainda assim, um dos locais precisou ser modificado. Havíamos planejado colar numa parede ao lado da cozinha, mas além de ser estreita, o fluxo lá era mais constante do que imaginávamos. Assim, conversei com o diretor e ele autorizou que usássemos uma outra parede, o que foi ótimo, pois além de termos mais espaço para trabalhar, ofereceu mais visibilidade para o trabalho.

 

Luciana Nobre (Coordenadora Pedagógica Cultural)